Prematuridade

A medida do colo uterino por ultrassonografia transvaginal é uma ferramenta importante para avaliar o risco de parto prematuro, especialmente entre 18 e 24 semanas de gestação. Um colo curto, geralmente definido como menos de 25 mm, é um dos principais fatores associados ao parto prematuro espontâneo.

Esse exame é indolor, rápido e seguro, sendo especialmente indicado para gestantes com histórico de parto prematuro ou perda gestacional tardia. Ao identificar precocemente o risco, medidas preventivas, como uso de progesterona vaginal ou intervenções mecânicas, podem ser implementadas.

O acompanhamento seriado da medida do colo uterino em gestações de alto risco permite uma monitorização mais precisa e aumenta as chances de prevenir complicações associadas ao nascimento prematuro.

A progesterona vaginal é indicada para gestantes com colo uterino curto ou histórico de parto prematuro. Esse hormônio age reduzindo a inflamação e inibindo contrações uterinas, além de fortalecer o colo uterino e a função placentária.

Estudos mostram que o uso regular de progesterona vaginal pode reduzir significativamente o risco de parto prematuro em gestações únicas, com benefícios adicionais para o desfecho neonatal, como menor taxa de internação em UTI e melhora da sobrevida do bebê.

A administração  em geral é feita por via vaginal, geralmente em doses diárias, a partir do momento do diagnóstico até cerca de 36 semanas de gestação. É um tratamento seguro, com efeitos colaterais mínimos, e amplamente recomendado por sociedades internacionais de Medicina Fetal.

A escolha da abordagem depende de fatores como comprimento do colo uterino, histórico obstétrico e presença de sintomas. Em gestações de baixo risco com colo curto diagnosticado precocemente, a progesterona vaginal é frequentemente a primeira opção.

O pessário cervical é uma alternativa menos invasiva que pode ser considerada em gestações únicas sem histórico prévio significativo. Já a cerclagem é indicada para casos de incompetência cervical comprovada ou falha de outros métodos preventivos.

Em muitos casos, uma abordagem combinada é a melhor estratégia, especialmente em gestações de alto risco. A decisão deve ser individualizada, baseada na avaliação médica criteriosa e nos resultados de exames de imagem e história clínica.

A cerclagem cervical é um procedimento cirúrgico no qual é dado um ponto circular no colo uterino, para mantê-lo fechado durante a gestação. É indicada para gestantes com histórico de perda gestacional tardia ou parto prematuro devido à incompetência cervical.

O procedimento é geralmente realizado entre 12 e 24 semanas de gestação, dependendo da história clínica e dos achados ultrassonográficos. Existem diferentes técnicas de cerclagem, como a profilática (preventiva) e a emergencial, que é feita quando o colo já está dilatado.

Embora a cerclagem seja um procedimento invasivo, é eficaz na prevenção do parto prematuro, tendo indicações específicas em gestações de alto risco para Parto Prematuro. O acompanhamento próximo é necessário após o procedimento para monitorar sinais de complicações, como infecção ou ruptura prematura de membranas.

O Pessário cervical (colo uterino) é um dispositivo de silicone ou plástico que é colocado ao redor do colo uterino, ajudando a redistribuir o peso do útero e diminuindo a pressão sobre o colo. É uma alternativa não invasiva para prevenir o parto prematuro em gestantes com colo curto.

Sua colocação é simples, realizada em ambiente ambulatorial, e não requer anestesia. O pessário pode ser usado até o final da gestação, sendo removido pouco antes do parto. Estudos indicam benefícios principalmente em gestações únicas com diagnóstico precoce de encurtamento cervical.

Embora não seja eficaz em todos os casos, o Pessário é uma opção segura e bem tolerada, que pode ser combinada com outros tratamentos, como progesterona vaginal, para otimizar a prevenção.